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Prescrição dos brackets: hábito ou ferramenta?

Partindo do princípio que não se receita o mesmo medicamento para todas as pessoas e pacientes, fará sentido a mesma prescrição de braquetes para todos os pacientes?

Prescrição dos brackets: hábito ou ferramenta?

Os resultados do tratamento ortodôntico são fortemente influenciados pela selecção dos tipos e prescrição dos braquetes. A evolução do design e da tecnologia dos braquetes proporciona aos ortodontistas uma infinidade de opções nos dias de hoje.

 

Fica a questão: a prescrição dos braquetes deve ser a que o ortodontista está habituado a utilizar, ou a sua selecção deve ter em conta as características do paciente? Colocando a pergunta de outra forma: a prescrição deve ser aplicada a todos os pacientes, ou por cada paciente deve ser indicado prescrições ajustadas às necessidades?

 

Existem variadas respostas, pelo que neste artigo iremos procurar resumir as nuances de algumas  prescrições e tipos de braquetes, oferecendo uma análise para ajudar os profissionais de ortodontia a tomarem decisões informadas, procurando os melhores resultados para os seus pacientes.

 

 

As prescrições

 

As prescrições de braquetes referem-se ao movimento dentário pré-determinado incorporado nos braquetes pelo fabricante. Essas prescrições são projectadas para facilitar a posição desejada do dente na conclusão do tratamento ortodôntico. Os principais parâmetros são o torque, a angulação e a rotação. A aplicação efectiva destas prescrições requer um conhecimento sobre os princípios biomecânicos subjacentes ao movimento dentário, bem como da má oclusão específica que está a ser tratada.

 


Os tipos

 

Os brackets podem ser classificados com base na composição do material, design e funcionalidade. Vamos explorar os mais utilizados na prática ortodôntica contemporânea:

 

- Convencionais metálicos: Fabricados em aço inoxidável ou titânio, estes braquetes são robustos e oferecem alta resistência ao desgaste. São preferidos pela sua força e durabilidade, especialmente em casos que requerem uma aplicação de força significativa. Evidentemente que são pouco estéticos.

 

- Convencionais cerâmicos: São preferidos pelas suas características estéticas, misturando-se com a cor natural dos dentes. Embora sejam menos visíveis, podem apresentar desafios em termos de fricção e fragilidade, podendo mesmo atrasar o tempo estimado de tratamento.

 

- Autoligáveis: Concebidos para reduzir a fricção entre o braquete e o arco, existe uma discussão de décadas sobre se aceleram o tempo de tratamento ou não. No entanto, o que parece ser comum a todas as opiniões, é o tempo de consulta. Com estes arcos, visto que não é necessário remover e colocar ligaduras elásticas, o tempo de cadeira é mais reduzido. Tem como influência positiva para o paciente o conforto de estar menos tempo em consulta, mas isso não afecta directamente o resultado final do tratamento. Estão disponíveis em variantes de metal e cerâmica.

 

- Linguais: São posicionados na superfície lingual, por isso oferecem uma excelente solução estética. Requerem competências especializadas para a sua colocação e mecânica, pelo que apresentam uma complexidade extra para o ortodontista. São muito eficazes em qualquer tratamento. A maioria afecta a fala do paciente e apresenta desconforto, havendo outros, como os Linguais 2D da Forestadent, que não apresentam qualquer dificuldade para o paciente. Com estes braquetes é possível tratar qualquer má oclusão, seja simples, moderada ou complexa.

 


Selecção


Prescrição dos brackets: hábito ou ferramenta?

A escolha adequada do bracket é fundamental para alcançar os melhores resultados de tratamento. As considerações podem incluir:

  • Factores específicos do paciente: Idade, higiene oral, alergias e preocupações estéticas específicas.

  • Objectivos clínicos: Movimentos desejados, complexidade do caso e objectivos gerais do tratamento.

  • Propriedades do material: Módulo de elasticidade do material do bracket, impacto na aplicação de força, durabilidade em relação ao tempo estimado de tratamento.



Roth, MBT, Ricketts e Edgwise


Explore uma breve introdução a estas precrições, destacando os seus princípios e aplicações típicas.



Roth

A prescrição Roth é conhecida pela sua precisão na obtenção da oclusão ideal com valores específicos de torque e angulação que visam o posicionamento óptimo da raiz. Desenvolvido pelo Dr. Ronald Roth, este sistema enfatiza a obtenção da intercuspidação ideal e da oclusão funcional, que é fundamental para a estabilidade a longo prazo e o sucesso estético nos tratamentos ortodônticos.

MBT

Ricketts

Edgewise



Avanços tecnológicos

 

As inovações no design e fabrico incluem braquetes personalizados e sistemas de colocação assistidas por computador, como por exemplo nas técnicas de cimentação indirecta. Estes avanços oferecem maior precisão na obtenção dos movimentos dentários desejados e podem reduzir o tempo total de tratamento.

 

- Braquetes personalizados: As tecnologias de impressão 3D e CAD/CAM permitem a produção de braquetes específicos para cada paciente, aumentando a precisão do alinhamento dos dentes.

- Tecnologias de colocação digital: Sistemas como scanners ortodônticos digitais e ferramentas de impressão 3D das férulas de colocação indirecta, garantem uma colocação perfeita dos brackets, minimizando o erro humano.

 

Prescrição dos brackets: hábito ou ferramenta?

Cada prescrição tem características únicas, visto que apresentam valores de torque, angulação e rotação distintos. Sendo diferentes irão produzir nos dentes resultados também diferentes. É fundamental conhecer as diferentes prescrições, os tipos e qualidade de braquetes disponíveis no mercado e, por fim, analisar, diagnosticar e planear o tratamento dos seus pacientes com elevado pormenor para decidir quais braquetes utilizar.



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